Caminhando a passos largos para a sua conclusão, Guardians of the Galaxy aparenta ser uma série atormentada pela necessidade de ter de se arrastar pelos já confirmados cinco episódios que se propôs a oferecer. Com apenas um episódio restante, a aventura da Telltale pelo universo da Marvel continua a não proporcionar uma narrativa que valha verdadeiramente a pena, que justifique a sua existência e que seja capaz sequer de se aproximar dos níveis de qualidade do que de melhor a produtora já nos entregou.
/https://s.candybanana.com/images/eb11/f6189d80-e856-4c71-b3c6-c37f9da20d9c_Guardians_Ep4_3.png)
Em Who Needs You, título do quarto e penúltimo capítulo da temporada, a Telltale tenta - ênfase no verbo tentar - dar mais oportunidades às suas personagens para brilhar, aprisionando-os numa série de túneis subterrâneos e forçando-os a estar em constante interação e frequentemente em rota de colisão entre si. Infelizmente, as personagens que compõe este grupo de antiheróis simplesmente não conseguem cativar o nosso interesse, por muito que a produtora utilize os flashbacks para nos aproximar das mesmas e nos fazer compreendê-las melhor.
Tal como se verifica nos minutos finais deste episódio, o novo capítulo lida com o rescaldo da decisão tomada no final do episódio anterior que visava sobre o destino da Eternity Forge, o artefacto que tem estado no centro da narrativa. Contudo, os conflitos entre os membros do grupo nunca têm o impacto desejado porque apresentam-se quase sempre com posições extremadas, sem grande espaço para se chegar a um acordo entre as duas partes. Também não ajuda que algumas das posições tomadas pelas personagens façam pouco sentido.
/https://s.candybanana.com/images/c67c/0b5d4ae2-ad3d-4909-96c8-a3c61b0f84b2_Guardians_Ep4_4.png)
Ainda assim, Who Needs You tem o mérito, pelo menos, de ser provavelmente o capítulo com a utilização mais eficaz de momentos de humor. Foram vários os momentos em que o jogo me colocou um sorriso na cara, sendo por isso uma pena que todos os outros elementos da aventura não estejam à altura. A utilização de música licenciada como acompanhamento das sequências de ações continua também a ser um dos aspetos mais positivos da série.
Dito isto, Guardians of the Galaxy continua a sofrer com claros problemas de ritmo que fazem muitas vezes a aventura cair na monotonia. Não raras vezes, esta monotonia está associada a sequências de puzzles que, embora nunca sejam exigentes, se arrastam por demasiado tempo e aparentam apenas estar presentes para alargar um pouco mais a duração do episódio. Numa série que deveria ter na espetacularidade das suas aventuras e no seu humor as principais características, não se compreende o porquê de todos os capítulos da temporada contarem com segmentos que se destacam pela monotonia e aborrecimento causados.
/https://s.candybanana.com/images/3d99/e26c84e3-e5ae-4ca5-af57-223e940bd8a8_Guardians_Ep4_2.png)
Tal como já vem sendo habitual nesta série, os flashbacks que exploram o passado das personagens voltam a ser responsáveis pelos momentos mais interessantes do episódio. Em Who Needs You, Drax é quem vê o seu passado ser explorado, com a obra a dar-nos a oportunidade de conhecer parte da família, entretanto perdida, que alimenta a sua motivação e sede de vingança. Mais concretamente, podemos interagir com a sua filha, Kamaria, enquanto esta treina para se tornar, tal como o pai, numa guerreira de eleição para o seu povo. É um segmento curto, mas de longe o melhor que o capítulo tem para oferecer.
/https://s.candybanana.com/images/a397/f5aa2e43-096f-455e-9346-b526855e0ec2_Guardians_Ep_4.png)
Correndo o risco de me tornar repetitivo, o quarto episódio de Guardians of the Galaxy volta a não impressionar e mais do que entusiasmados para ver como será concluída, a série deixa-nos a desejar que termine o mais rápido possível. Um ritmo lento, personagens que não funcionam bem em conjunto e pouca progressão são os principais problemas de mais uma entrada da série que tem na forma como explora o passado de um dos membros do grupo a sua melhor característica. O humor está mais eficaz, mas era preciso mais, muito mais, para tornar a experiência menos monótona.